Perceber que existe um espaço tridimensional é óbvio. Vivemos num mundo com 3 eixos. Podemos andar de um lado para o outro e também para cima e para baixo. Quando nos referimos a um ponto no espaço precisamos de uma referência temporal. Por exemplo, ao marcar uma consulta não basta dizer "encontramo-nos no consultório 205" ou "a consulta fica no dia 15", precisamos de associar o tempo ao espaço e o espaço ao tempo. Quando pensamos em pontos no espaço associamos inconscientemente um instante no tempo.
Posso pensar que amanhã vou acordar no meu quarto. Será isso um evento comum? Apesar de parecer uma coisa regular, não é um evento comum porque só acontece uma vez. Por isso não faz sentido falar da raridade de um evento, mas sim de singularidade. A raridade está associada a objetos e a singularidade a eventos. Não podemos pensar no tempo como um ponto no espaço. De igual modo, não podemos andar para trás nem para a frente na escala do tempo, como podemos num sistema tridimensional. Estamos presos ao tempo...
Quando subimos uma dimensão deixamos de ser reféns da anterior. Na 5ª dimensão perguntas normais deixam de fazer sentido, porque já não estamos presos na dimensão do tempo. Assim, perguntas como "Quando é que entrei na universidade?" são estúpidas porque eu "sempre" entrei na universidade. Esse acontecimento é um ponto no novo espaço dimensional! No filme Interstellar, o amor, juntamente com a gravidade, é usado para comunicar com o passado. Transcende e atravessa o espaço e o tempo.
Vale a pena provar a existência do amor? Também não é possível provar a existência do tempo. Se o amor não depende do tempo nem do espaço, então de que depende?